O que é alienação parental?
A alienação parental é um termo utilizado para descrever uma situação em que uma criança ou adolescente é manipulado por um dos pais para se afastar do outro genitor. Esse processo de alienação pode ocorrer de forma sutil ou evidente, e tem como objetivo prejudicar o relacionamento entre a criança e o genitor alienado.
A alienação parental pode ter diversas causas, como disputas de guarda, separações conflituosas, ciúmes, vingança ou até mesmo influência de terceiros, como familiares ou amigos. Independentemente da causa, o resultado é sempre o mesmo: a criança acaba sendo afastada de um dos pais, o que pode trazer consequências emocionais e psicológicas para ela.
Legislação sobre alienação parental no Brasil
No Brasil, a alienação parental é considerada um problema grave e é tratada como uma forma de violência psicológica contra a criança. Em 2010, foi sancionada a Lei nº 12.318, que dispõe sobre a alienação parental e estabelece medidas para prevenção e combate a esse tipo de prática.
A lei define a alienação parental como a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por qualquer pessoa que tenha a criança sob sua autoridade, guarda ou vigilância. Ela estabelece que a alienação parental é uma forma de abuso moral e pode resultar em diversas medidas, como a alteração da guarda, a suspensão da autoridade parental e até mesmo a perda da guarda.
Como identificar a alienação parental?
A alienação parental nem sempre é fácil de ser identificada, pois muitas vezes os sinais são sutis e podem ser confundidos com outros problemas emocionais ou comportamentais da criança. No entanto, existem alguns sinais que podem indicar a ocorrência desse tipo de manipulação:
1. A criança passa a ter uma visão negativa do genitor alienado, sem justificativa plausível;
2. A criança se recusa a passar tempo com o genitor alienado;
3. A criança repete frases negativas sobre o genitor alienado, que parecem ter sido ensinadas por alguém;
4. A criança demonstra medo ou aversão em relação ao genitor alienado;
5. A criança se sente culpada por gostar do genitor alienado;
6. A criança apresenta comportamentos agressivos ou hostis em relação ao genitor alienado;
7. A criança se sente pressionada a escolher um lado na disputa entre os pais.
Consequências da alienação parental
A alienação parental pode trazer diversas consequências negativas para a criança, tanto no curto quanto no longo prazo. Alguns dos efeitos mais comuns são:
1. Dificuldades de relacionamento: a criança pode ter dificuldades em estabelecer e manter relacionamentos saudáveis, tanto com o genitor alienado quanto com outras pessoas;
2. Problemas emocionais: a criança pode desenvolver problemas emocionais, como ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades de controle emocional;
3. Baixo desempenho escolar: a criança pode apresentar dificuldades de concentração, falta de motivação e baixo desempenho acadêmico;
4. Dificuldades de identidade: a criança pode ter dificuldades em construir sua identidade, pois é influenciada a negar uma parte importante de sua história;
5. Problemas de saúde física: a criança pode desenvolver problemas de saúde física, como distúrbios alimentares, insônia e dores de cabeça frequentes.
Como prevenir e combater a alienação parental?
A prevenção e o combate à alienação parental são fundamentais para proteger a criança e preservar o relacionamento saudável com ambos os genitores. Alguns passos importantes que podem ser tomados são:
1. Comunicação: é essencial que os pais mantenham uma comunicação saudável e respeitosa, evitando conflitos e discussões na frente da criança;
2. Respeito à criança: os pais devem respeitar as opiniões e sentimentos da criança, permitindo que ela expresse suas emoções e tenha voz ativa na relação;
3. Cooperação: os pais devem cooperar entre si, buscando soluções conjuntas para os problemas e evitando disputas de poder;
4. Acompanhamento profissional: em casos mais graves, é importante buscar a ajuda de profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, que possam auxiliar na mediação e na resolução dos conflitos;
5. Cumprimento das decisões judiciais: é fundamental que as decisões judiciais relacionadas à guarda e visitação sejam cumpridas, garantindo o direito da criança de conviver com ambos os genitores.
A importância do combate à alienação parental
O combate à alienação parental é de extrema importância para garantir o bem-estar emocional e psicológico das crianças e adolescentes. A alienação parental é uma forma de violência psicológica que pode deixar marcas profundas na vida da criança, afetando sua autoestima, seu desenvolvimento emocional e sua capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis.
Além disso, a alienação parental também prejudica o genitor alienado, que é privado do convívio com seu filho e pode sofrer com a injustiça e a dor da separação. É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para combater esse problema, oferecendo apoio às famílias e promovendo a conscientização sobre os danos causados pela alienação parental.
Conclusão
A alienação parental é um problema grave que afeta milhares de crianças e adolescentes em todo o mundo. No Brasil, a legislação já reconhece a importância de combater essa prática e estabelece medidas para prevenção e punição dos responsáveis.
É fundamental que os pais, familiares, profissionais e a sociedade como um todo estejam atentos aos sinais de alienação parental e atuem de forma preventiva, buscando soluções pacíficas e respeitosas para os conflitos familiares.
Ao combater a alienação parental, estamos garantindo o direito das crianças de crescerem em um ambiente saudável e amoroso, onde possam desenvolver todo o seu potencial e construir relacionamentos felizes e duradouros.
